segunda-feira, 9 de maio de 2016

O ex-Bananão

Em 1996, Dilma Rousseff faliu uma loja de muambas. O nome da loja era "Pão & Circo". Sim: o Brasil do PT é uma piada pronta.

A loja de muambas conduzida por Dilma Rousseff teve menos vida útil do que Fernando Collor de Melo na Presidência da República: Collor durou dois anos e nove meses; a loja de muambas de Dilma Rousseff durou menos de um ano e meio.

Certo dia, a Revista Istoé publicou uma matéria a respeito da loja de muambas de Dilma Rousseff. Havia bijuterias, tapeçaria, bebidas, tabaco, flores naturais e artificiais, entre outras porcarias. Todos os produtos eram revendidos, sendo importados do Panamá.

A recompensa de Dilma Rousseff pelo desempenho no comércio de muambas foi um cargo no Governo Lula, no Ministério das Minas e Energia. Sabemos como terminou essa história: não satisfeita por ter quebrado uma loja de muambas, Dilma Rousseff decidiu quebrar a Petrobrás, simplesmente a maior empresa do país. E, então, a recompensa veio em dobro: Dilma Rousseff foi alçada à Presidência da República.

O Brasil do PT explica, por si só, porque os petistas têm horror à palavra "meritocracia": há vinte anos, Dilma Rousseff quebrava sua loja de muambas importando produtos do Panamá; agora, ela quebra o Brasil importando médicos de Cuba. Em um país minimamente sério, Dilma Rousseff seria extinta do funcionalismo público.

Por falar em meritocracia, no dia de hoje, um presidente interino, sem mérito algum, decidiu mudar o rumo do país, ao tentar barrar o processo de impeachment de Dilma Rousseff. O Brasil do PT é como a loja de muambas de Dilma Rousseff: um país quebrado, sendo guiado por meia dúzia de vagabundos sem méritos.

O escritor Ivan Lessa se referia ao Brasil como "um Bananão". Está na hora de redefinirmos a nossa identidade. Se Dilma Rousseff - até quarta-feira - é a nossa gerente, esqueçam essa história de "Bananão". O país tem de ser chamado de "Pão & Circo".

segunda-feira, 2 de maio de 2016

João Santana, Lula e Dilma

[Texto de 27/04/2016]

Dilma Rousseff derrubou o Brasil. Daremos o troco. Derrubaremos Dilma Rousseff.

O marqueteiro de Dilma Rousseff foi João Santana. Ele não elegeu apenas Dilma Rousseff. João Santana elegeu, igualmente, Lula. Elegeu também Mauricio Funes, Danilo Medina e o dueto Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Uma gente da melhor qualidade.

Peraí. Esqueci de José Eduardo dos Santos. Sim: João Santana também elegeu o presidente da Angola. Ao todo, foram seis participações em campanhas presidenciais com sucesso. Um desempenho de dar inveja a Duda Mendonça.

Peraí. Eu disse Duda Mendonça? Eu disse, ainda, que João Santana dá inveja a Duda Mendonça? Outro dia, a Revista Época publicou uma reportagem com suas cifras. Perguntado inicialmente sobre os valores, João Santana não hesitou: "São números confidenciais, que só interessam à empresa."

Para o azar de João Santana, não são números "que só interessam à empresa", mas que também interessam à Receita Federal. Para o azar de João Santana, a Revista Época publicou os valores no mesmo parágrafo da matéria: "A campanha de Dilma Rousseff custou R$ 42 milhões". E mais: "Os números disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a Pólis Propaganda e Marketing, empresa de João Santana, recebeu, do PT nacional, R$ 13,7 milhões em 2006, R$ 9,8 milhões em 2008, R$ 42 milhões em 2010 e R$ 30 milhões em 2012. Um total de R$ 95,6 milhões."

A reportagem diz, ainda, que os números para as campanhas internacionais não são divulgados. Mas que, "de vez em quando, sai um número que João Santana não confirma nem desmente, como os US$ 65 milhões de faturamento na campanha presidencial de Angola." Eu pergunto: Onde estariam declaradas estas cifras? Eu continuo a perguntar: Quanto João Santana recebeu do dueto Hugo Chávez e Nicolás Maduro?

Curiosamente, João Santana foi preso na Lava Jato. Foi preso sob acusação de que ele e sua mulher, Mônica Moura, receberam US$ 7,5 milhões no exterior. A origem seria do lobista de um estaleiro que tem negócios com a Petrobrás, e de offshores ligadas à Odebrecht. Uma quantia irrisória comparada às cifras de suas campanhas.

Por falar em campanha, eu só me lembro de Dilma Rousseff. Ela vai cair no Senado. É questão de tempo. Caso meia dúzia de senadores sejam comprados, e o impeachment seja barrado, ela vai cair no TSE. Sua campanha presidencial será cassada por ter sido financiada com dinheiro sujo. Dinheiro sujo de quem? Da Petrobrás. Da Andrade e Gutierrez. Da Odebrecht. De Guido Mantega.

Os petistas são especialistas em dinheiro sujo em campanha. Lembra de Lula? Já em 2002, Naji Nahas injetou dinheiro sujo em sua campanha presidencial. Dinheiro sujo de quem? Da Telemig. Da Telecom Italia. De Daniel Dantas. De Marcos Valério.

Peraí. Eu citei, inicialmente, apenas Dilma Rousseff por ter derrubado o Brasil? Não. Dilma Rousseff e Lula, conjuntamente, maquiavelicamente, derrubaram o Brasil. Daremos o troco. Já derrubamos João Santana. Derrubaremos, agora, também conjuntamente, também maquiavelicamente, Dilma Rousseff e Lula.

Pergunte a Eduardo Paes

[Texto de 23/04/2016]

A Rede Globo forneceu os números das transações entre a Prefeitura do Rio de Janeiro e as empresas Contemat e Concrejato. De 2000 a 2008, as empresas tiveram contratos com o município no valor de R$ 8.750.000. Durante a gestão de Eduardo Paes, os números aumentaram em 2.132%. Lula criou o mensalão da cultura e da imprensa. Dilma Rousseff criou o mensalão do petróleo. Agora, o lulista Eduardo Paes criou uma espécie de mensalão da Engenharia.

Eduardo Paes estava em Atenas. Antes de voltar ao Rio de Janeiro, seu porta-voz foi o secretário municipal de coordenação do Governo do Rio, Pedro Paulo Carvalho. Sobre o desabamento da ciclovia Tim Maia, Pedro Paulo Carvalho disse: "Um acidente como esse é imperdoável". Ele disse: "Muito precipitado nós fazermos qualquer tipo de acusação sem ter ainda o laudo dos engenheiros". Ele também disse: "A Prefeitura não terá limites para que nós cheguemos aos responsáveis". Um completo vazio de ideias.

Ao contrário do inúcuo Pedro Paulo Carvalho, Eduardo Paes é o político mais autêntico do estado. Anos atrás, ele confessou a Juca Kfouri que a cidade do Rio de Janeiro "não merecia sediar as Olimpíadas pela falta de uma política esportiva". Com Lula ao telefone, ele chamou de "uma merda de lugar" o município de Maricá. Na entrevista coletiva sobre o desastre da ciclovia, ele afirmou que, "em última instância, a culpa pelo desabamento é da Prefeitura do Rio". Na mesma coletiva, Eduardo Paes afirmou: "A última culpada aqui vai ser a força do mar, Iemanjá, tragédias da natureza". Um lulista legítimo.

Eduardo Paes disse, ainda, que o presidente da Geo-Rio, Marcio Machado, pediu renúncia do cargo, e que ele aceitou o pedido. Gosto de me intrometer nas perguntas dos jornalistas. A coletiva inteira foi ditada por obviedades e chapabranquismo. A julgar pela autenticidade de Eduardo Paes e o gancho dado por ele, eu teria feito uma pergunta que ninguém foi capaz de fazer:

- Prefeito, a seguir o exemplo do presidente da Geo-Rio, o secretário Pedro Paulo Carvalho também irá renunciar à candidatura para a Prefeitura do Rio de Janeiro este ano?

Xô, governistas, xô

[Texto de 18/04/2016]

Meus amigos governistas-analfabetos-políticos estão enfurecidos. Para eles, Dilma Rousseff está sofrendo "um golpe"; para eles, "estão rasgando a Constituição"; para eles, "Eduardo Cunha não merece ser presidente da Câmara"; para eles, "isso é coisa de reacionário"; para eles, "Michel Temer não tem legitimidade".

Eu entendo toda a birra governista. Eu entendo que, para um petista, cometer um crime é moralmente aceitável. Eu entendo, ainda, que eles estão corretos em um aspecto: Eduardo Cunha, sim, tem de ser preso. Mas dizer que Michel Temer não tem legitimidade é tirar, igualmente, a legitimidade de Dilma Rousseff.

Refiro-me aos meus amigos governistas como "analfabetos políticos", justamente, por serem governistas. Em 2014, meus amigos governistas votaram na seguinte chapa: Dilma Rousseff, presidente; Michel Temer, vice. Quem votou em Dilma Rousseff, automaticamente, votou em Michel Temer. Quem comemorou a vitória de um, automaticamente, avalizou o governo do outro. A lógica é tão simples, que apenas um governista analfabeto-político não é capaz de enxergar.

Há governistas em diversos campos. Há governistas no STF: Ricardo Lewandowski é governista, Marco Aurélio Mello é governista, Luis Roberto Barroso é governista. Há governistas no Senado: Renan Calheiros é governista, Telmário Mota é governista, Vanessa Grazziotin é governista. Há governistas na grande imprensa: o portal UOL é governista, a ESPN Brasil é governista, a Rede Record é governista. Os finados Luiz Gushiken, José Janene e Márcio Thomaz Bastos, todos, eram governistas.

Agora, meus amigos governistas analfabetos-políticos querem criar e se instalar numa espécie de governismo de oposição. A manobra, sabe-se, é intelectualmente desonesta. Os 54 milhões de votos, tão exaltados por Dilma Rousseff, com o impeachment, serão transferidos para Michel Temer. Sim: todos os meus amigos governistas que elegeram Dilma Rousseff elegerão Michel Temer.

Eu suporto ser chamado de "reacionário". Eu suporto ser chamado de "golpista". Eu suporto que continuem com o discurso arcaico, cansativo e repetido pelas esquerdas durante os últimos sessenta anos. Eu só não aceito que meus amigos governistas se coloquem ao meu lado. Eu só não aceito que meus amigos governistas se coloquem na oposição a Michel Temer. Isso é passar dos limites. Pelo contrário: vocês o elegeram. Xô!

Sem Dilma, o Brasil ficaria melhor

[Texto de 07/04/2016]

Sim: eu não me canso de citar Diogo Mainardi. Sim: é um dever de todo brasileiro ler seus livros, recitá-los, engoli-los. Sim: Lula é minha anta, repito, é seu melhor livro.

No livro, em 2005, Diogo Mainardi listou alguns jornalistas danosos aos país. Todos, sem exceção, lulistas de carteirinha. Cito-o:

Eu apontei o nome de uns pelegos lulistas na imprensa, e fui considerado um espertalhão leviano em busca de reconhecimento. É por isso que tenho 'horror às esquerdas'. Porque elas mentem. Porque elas enganam. Todas elas. Do stanilismo quercista de Fernando Morais ao onguismo endinheirado de Gilberto Dimenstein, do comunismo de batina de Marcelo Beraba ao populismo futebolístico de Juca Kfouri, do desbunde teatral de Nelson de Sá ao lobismo piantellano de Mario Rosa. O lulismo roubou muito mais do que o collorismo.

Nossos políticos não são menos vagabundos do que nossos jornalistas. Sofremos desde o inocentismo cínico de Eduardo Suplicy ao truculentismo trotskista de José Genoíno. Do coronelismo de José Sarney ao nepotismo de Fernando Collor de Melo. Dos silogismos de José Dirceu ao clientelismo de Jader Barbalho. Do revoltismo inócuo de Ciro Gomes ao denuncismo brizolista de Chico Alencar. Das inovações contraproducentes de Fernando Haddad ao jogo de palavras vazio de Marta Suplicy. Da demagogia socialista de Marcelo Freixo ao charlatanismo bem-feitor de Marina Silva. Do autoritarismo de voz mansa de Benedita da Silva ao esquerdismo jocoso de Eduardo Jorge. Do proselitismo sexual de Jean Wyllys ao maquiavelismo velado de Delcídio Amaral. Do deboche preconceituoso de Eduardo Paes ao leninismo intolerante de Jandira Feghali. Da cascata sindicalista de Cyro Garcia ao marxismo kitsch de Antonio Palocci. Do retrocesso ideológico de Plínio de Arruda Sampaio ao ódio chiliquento de Luciana Genro. Do economês provinciano de Guido Mantega ao, enfim, guerrilheirismo dissimulado de Dilma Rousseff.

O Brasil piorou, consideravelmente, com o lulismo. Ainda em Lula é minha anta, ainda em 2005, Diogo Mainardi escreveu:

Minha proposta é que os parlamentares nomeiem uma comissão de notáveis, composta de juristas e tributaristas, como Raul Velloso, Miguel Reale Jr. e Eduardo Gianetti da Fonseca. Eles seriam encarregados de redigir uma ampla reforma do Estado, para cortar aposentadorias, eliminar impostos, abater sindicatos, suprimir direitos trabalhistas, limpar o Judiciário e diminuir o peso dos políticos, enterrando boa parte das asnices de nossa Carta Constitucional. Depois disso, o texto passaria por um plebiscito. O Brasil ficaria melhor.

Miguel Reale Jr., hoje, é um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff. Sim: Diogo Mainardi é um visionário. Sim: Miguel Reale Jr. é a nossa salvação. Sim: sem Dilma Rousseff, o Brasil ficaria melhor.

Dilma cairá

[Texto de 13/03/2016]

Diogo Mainardi é o maior escritor brasileiro de todos os tempos. Sempre esteve do lado correto. Durante a Ditadura Militar, foi contra o Regime. Ao mesmo tempo, foi contra os Comunistas. Foi oposição ao Governo FHC. Em 2006, pediu o impeachment de Lula. Dez anos depois, pede o impeachment de Dilma Rousseff. Trata-se da minha maior referência intelectual.

Para formular o pedido de impeachment de Lula, Diogo Mainardi copiou fielmente o pedido de impeachment de Fernando Collor de Melo. Collor caiu em 29/12/1992. Lula deveria ter caído 14 anos depois. E Dilma Rousseff, agora, cairá 24 anos depois.

Não participei da comemoração do impeachment de Fernando Collor de Melo pois eu tinha pouco mais de 6 meses de vida. Aliás, até hoje, eu não havia participado de nenhuma manifestação. Obviamente, não me perdoo por isto. Meu ato mais trabalhoso foi pedir o impeachment de Dilma Rousseff em 14/10/2014. O pedido foi formulado via e-mail, pois sou demasiadamente preguiçoso.

Diogo Mainardi também é demasiadamente preguiçoso. Em seu melhor livro, Lula é minha anta, ele escreveu: "Quero derrubar Lula, mas só vale se for desse jeito: sem sair de casa e com o karaokê da Chicco. Derrubar Lula de qualquer outra maneira seria conferir-lhe um crédito exagerado."

Passei a semana absorvendo a ideia de precisar sair de casa para derrubar Dilma Rousseff. Sim: sair de casa para derrubar Dilma Rousseff também lhe confere um crédito exagerado. Percebi que todos os manifestantes utilizarão a camisa do Brasil. Não tenho nenhuma camisa do Brasil. A camisa mais próxima ao Brasil que possuo é uma com o mapa do país preenchido com a bandeira de Israel.

Nada pode ser mais representativo para afrontar um petista do que isto. Em A tapas e Pontapés, seu outro livro brilhante, Diogo Mainardi dedicou um capítulo para esmiuçar o nosso antiamericanismo. Mais danoso que o nosso antiamericanismo é o nosso antissemitismo. O Brasil foi peça-chave para a criação do Estado de Israel. Paradoxalmente, os petistas nutrem ódio pelo Estado de Israel. O último ato da antissemita Dilma Rousseff, junto ao Itamaraty, foi negar Dani Dayan para o posto de embaixador de Israel no Brasil.

Sabemos que o segundo mandato de Dilma Rousseff, assim como o segundo mandato de Lula, não existe. É um mandato apenas de resistência. Dilma Rousseff tenta se manter no cargo desde o primeiro dia após sua reeleição. Na última semana, um executivo da Andrade Gutierrez entregou comprovantes de doações ilegais para a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2014. É o suficiente para expurgá-la. É o suficiente para o impeachment.

Como sou demasiadamente preguiçoso, resistirei em conferir este crédito exagerado e sair de casa para derrubar Dilma Rousseff. Ir ou não à manifestação é igual. Se eu for, Dilma Rousseff cairá. Se eu não for, Dilma Rousseff cairá.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Sou brasileiro

Certo dia, Jean-Marie Le Pen - político "de Direita" e líder da Frente Nacional Francesa - constatou que "a seleção francesa tem muitos negros". Lilian Thuram, à época zagueiro da seleção francesa, respondeu a Jean-Marie Le Pen: "Eu não sou negro. Eu sou francês". O Brasil é uma França piorada. Nossos políticos são mais ultranacionalistas que Jean-Marie Le Pen e nossos jogadores de futebol são menos racionais que Lilian Thuram.

O Brasil do PT, apoiado pela classe sindical de trabalhadores, pela classe do funcionalismo público, pela classe dos intelectuais, e pela classe dos analfabetos políticos do Facebook, tem dificuldade em aceitar que somos todos iguais. Para isso, criam essas porcarias para nos diferenciarmos: os ricos e os pobres; os reacionários e os progressistas; os brancos e os pretos; os "de Direita" e os "de Esquerda". Outro argumento comum entre todas essas classes é dizer que "o PT governa para os pobres". Se o PT governa para os pobres, temos que implodi-lo. O Governo tem que acabar amanhã. O papel do Governo não é interferir nas relações humanas, criando leis específicas para grupos ideológicos. O papel do Governo é, sobretudo, enxergar os eleitores como iguais.

Por falar nos analfabetos políticos do Facebook, os questionei sobre quem defende o Governo Dilma nos dias atuais. Um amigo meu - representante fiel desses analfabetos políticos do Facebook e dos que defendem o Governo Dilma nos dias atuais - respondeu : "O que me impressiona é ver pobre e preto apoiando um governo que não é pra ele". Ele se referia diretamente a mim. Para ele, eu sou um "pobre e preto" que votou em Aécio Neves na últimas eleições, ou seja, "em um governador que não governa para mim". Outro equívoco dessa gente é querer defender interesses que não lhes dizem respeito. Essa gente se acha no direito de reivindicar um direito o qual eu - meramente um "pobre e preto", na visão deles - não possuo. Não quero um Governo exclusivamente meu. Não quero cotas raciais, pois a humanidade não é dividida em raças. Não visto uma camisa "100% negro", pois não sou 100% negro.

Prometi que jamais voltaria a perder tempo com um governista. Mas tripudiar de um petista é moralmente aceitável. Melhor ainda é tripudiar de um petista que rema na contramão de seu próprio exercício de cidadania. Cidadão que se preza deve ir atrás de seus direitos por meio da cobrança do Governo. Meu amigo é um governista. Cidadão e governista caminham em lados diferentes. Aliás, meu amigo é um governista que enxerga política como futebol. Uma espécie de Juca Kfouri do Facebook.

Juca Kfouri, que, com seu populismo futebolístico, chegou ao ponto de intitular um grupo como "elite branca", por uma simples vaia à presidente da República. Juca Kfouri e Jean-Marie Le Pen são os exemplos inacabados de que existem imbecis tanto "na Esquerda", quanto "na Direita". Assim como Juca Kfouri estereotipou os torcedores que vaiam a presidente da República, e Jean-Marie Le Pen estereotipou os jogadores da seleção francesa, meu amigo me estereotipou como "pobre e preto".

É a hora de responder ao meu amigo: Eu não sou pobre, nem preto. Eu sou brasileiro.