sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Chape-chape

Três de Janeiro de 2014. Cá estou. Tornando-se, de fato, um blogueiro. Temi. Aconteceu.

Preciso repetir, ao menos, três vezes ao dia, para que a ideia fixe em minha mente. Romário, você é um blogueiro. Você é um blogueiro, Romário. Um blogueiro, Romário.

Sim: estou fazendo um arremedo da autocrítica de Fabiano em Vidas Secas.

Se Fabiano é o retrato do Sertanejo ignorante, porém, trabalhador, que busca incessantemente o bem de sua família, eu me classifico como um projeto de blogueiro acomodado, que não gosta de trabalhar e visa exclusivamente o bem próprio. Falta-me, apenas, um patrocínio da Caixa Econômica Federal.

O Mundo dos blogueiros não é dos mais simples. Vasculhei todos os meus novos companheiros de diversão. Aliás: de trabalho. Escrever pode se tratar de diversão para mim; para Flaubert; para Henry David Thoreau. Mas para Paulo Henrique Amorim, é um expediente com licença poética para baixaria. Chape-chape. Calcei minhas alpercatas.

Existem outros blogueiros: Paulo Moreira Leite mantém uma coluna no site de Isto É; Luis Nassif tem um blog no GGN; Emir Sader está em Carta Maior; José Dirceu tem o seu próprio blog, com citações dos três mencionados anteriormente; Tereza Cruvinel está no Dzaí; Juca Kfouri tem um blog no UOL. Quem mais? Flávio Gomes, Lúcio de Castro, Ricardo Berzoini, Paulo Nogueira, Protógenes Queiroz e Marcio Pochmann. Chape-chape. Sinto que meu corpo está se curvando.

Os lulistas vestem a camisa do lulismo despudoradamente. Mas quando alguém se atreve a apontá-los como lulistas, eles se defendem, sob o argumento de que se trata de "falta de ética". Diria que estou prestando um serviço ao atribuir um blogueiro como Paulo Henrique Amorim ao posto de lulista. O governo desembolsou R$ 628 mil ao seu blog, Conversa Afiada, em 2012. Significa que gastamos mais de meio milhão de reais para Paulo Henrique Amorim se referir a José Serra como "José Cerra"; ou a Heraldo Pereira como "negro de alma branca". Paulo Henrique Amorim é o modelo de ética no Brasil.

A ideia de se tornar um blogueiro ainda não se fixou em minha mente. Talvez, com um módico cachê como o de Conversa Afiada, ela se fixe naturalmente. Talvez, com um patrocínio da Caixa Econômica Federal. Talvez, com o respaldo da classe lulista, fingindo não ver injúrias raciais ou ofensas gratuitas. Talvez, talvez, talvez. A única certeza é que Fabiano estava correto em Vidas Secas: esses capetas têm ideias, sim senhor.

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